A obra dos puritanos é muito rica em seu conteúdo. Por isso, o legado desses gigantes da fé vai muito além de biografias, livros devocionais, sermões e orações escritos. Esses santos homens de Deus também produziram extraordinários tratados teológicos. O livro A Morte da Morte na Morte de Cristo é um desses tratados teológicos. Ele aborda diretamente o tema da soteriologia — área específica da teologia que sistematiza a doutrina bíblica da salvação.
Escrito pelo puritano inglês John Owen, A Morte da Morte, como esta obra também é conhecida, consiste numa refutação detalhada e exaustiva dos erros dos universalistas acerca da doutrina da salvação. É, portanto, uma rejeição da heresia da redenção universal segundo a qual Cristo, em sua obra mediadora e redentora, morreu por todos os homens indistintamente.
Owen refuta essa ideia e afirma a doutrina bíblica da redenção particular, a qual afirma que o real propósito da morte de Cristo é restrito, alcançando exclusivamente as suas ovelhas. Nesse sentido, A Morte da Morte pode ser considerado também como um manual de apologética.
A Morte da Morte é um clássico da literatura cristã puritana não somente pela excelência acadêmica e teológica, derivada da elevada formação do autor, mas também por sua fidelidade às Escrituras Sagradas. Além disso, este tratado exala piedade e profunda reverência na maneira como aborda o tema e à medida que responde à pergunta “por quem Cristo morreu?”.
Por fim, é imperativo mencionar que, embora Owen tivesse por objetivo imediato refutar os erros dos universalistas, ele não estava preocupado em ganhar o debate, ou simplesmente vencer os seus adversários. Na verdade, o seu propósito último era a glória de Deus.