A centésima obra da Skript é, sem dúvidas, uma das mais importantes da nona arte. AS GUERRAS DE WALLACE WOOD é uma antologia produzida originalmente pela Fantagraphics, reunindo o trabalho do artista no tema em questão. Um dos mais venerados nomes dos quadrinhos, Wally Wood produziu as mais elogiadas HQs de guerra para a EC Comics, a maioria com edição e roteiros de outra lenda: Harvey Kurtzman. Publicadas nas mitológicas revistas Two-Fisted Tales e Frontline Combat (e depois, no período da perseguição à editora, na Aces High), alguns roteiros tiveram a colaboração de Jerry de Fuccio e Carl Wessler. Anos depois, quando a Warren Publications homenageou a cultuada linha da EC, Wood voltou para o Front, desta vez na companhia de Archie Goodwin, então editor e roteirista do título Blazing Combat. Esse inestimável tesouro é um dos momentos mais marcantes de toda a história dos quadrinhos. Wood e seus colaboradores não hesitaram em retratar a loucura e horror que é uma luta armada. Especialmente na história do título original (Atom Bomb), que mostra o bombardeio de Nagasaki do ponto de vista das vítimas no solo. Algo chocantemente controverso em 1953 e que fez ela ganhar o posto de Melhor HQ de Guerra de todos os tempos! Foi pelo seu tom sempre crítico aos conflitos que Kurtzman, Wood e toda produção da EC viraram alvo de investigações do FBI. Justamente no triste período de perseguição aos quadrinhos, durante o Macartismo e a “caça às bruxas” que houve nos EUA, na Guerra Fria. Além de uma bela e pungente HQ, trata-se de um marco na história dos quadrinhos. A tradução da edição da Skript é de Dandara Palankof, com edição e adaptação de Diego Moreau, revisão de Moreau e Alexandre Baptista e letras de Johnny Vargas.