Por vontade divina eis-nos na regência de uma classe. Aceitai a augusta missão com firme propósito de vos dedicardes com todas as energias e profundo sentimento de gratidão para com Deus que houve por bem escolher-vos para tão sublime encargo. Lançai mão de todos os meios de que dispondes para o resultado que desejais: a formação intelectual, moral e religiosa das crianças. Meios sobrenaturais: amor de Deus, que leva a dedicação ao sacrifício; espírito de oração, que faz baixar sobre vós o divino orvalho; espírito de zelo, para ganhar a Jesus Cristo almas resgatadas por seu sangue; comunhões freqentes etc. Meios naturais: estudos pedagógicos feitos sem desânimo e com métodos; informações colhidas em boa fonte; apelo freqente para a prudência e experiência dos mais velhos; distribuição acertada das disciplinas do programa; preparação conscienciosa das lições etc. Se, no meio onde estiverdes, as primeiras impressões não corresponderem a vossa expetativa, não firmeis opinião fixa; lembrai-vos de que nada é perfeito neste mundo; seja onde estiverdes, de vós Deus só pede uma coisa: o cumprimento do dever. Cumprir o próprio dever é o melhor meio de corrigirdes o que houver de defeituoso. Nada deixeis por vos conciliar a estima e a simpatia de quantos tiverem que viver convosco e entre outros do diretor da escola e das autoridades escolares. Evitai, desde o princípio, toda transformação, todo desmantelo. Aos poucos corrigi o que vos parecer defeituoso, mas ouvindo conselho. Os melhoramentos lentos e sucessivos são em regra os mais acertados e duradouros. Tende estima pela casa onde estiverdes; falai dela com simpatia; esforçai-vos quanto puderdes para fazê-la próspera. Não seja, porém, tal amor bairrista e exclusivo: acompanhai com interesse os progressos feitos em outras casas evitando denegrir ou ter ciúme do bem que se realiza alhures.