O fenômeno religioso é uma constante nas culturas, quer as consideremos do ponto de vista antropológico, quer histórico. É elemento muito significativo, senão dominante, na grande maioria delas. Polariza uma daquelas dicotomias a que nos acostumamos para conceber a realidade: ideia-matéria, corpo-alma, sagrado-profano, leigo-eclesiástico. Mas, o que é o sagrado? Esta pergunta tem sido respondida teologicamente, filosoficamente, cientificamente. Teólogos o tratam como sua área por excelência. Filósofos tenderam a opor-lhe uma ratio, um logos, o que levou a resultados díspares, como a condenação de Sócrates e a crítica cáustica de Voltaire. Cientistas procuraram dar-lhe uma dimensão psicológica, como Freud ou Jung, sociológica, como Durkheim, ou antropológica, como Frasier, para lembrarmos apenas as interpretações matriciais dessas ciências. É preciso considerar nos estudos das religiões a sua diversa inserção em cada uma das culturas, bem como as transformações de ambas — religião e cultura — no tempo, para aferir seu efetivo significado na vida dos integrantes daquele mundo estranho a nós. Conhecedores do tema, bons escritores, o professor Antonio Carlos do Amaral Azevedo e Paulo Geiger, com este dicionário histórico, dão contribuição valiosa para o conhecimento de um assunto difícil e cheio de percalços e obstáculos, muitos deles gerados por preconceitos de uma religião em relação às outras, ou de ideologias face às religiões. Assim, este Dicionário é um guia seguro para tod