O livro "Enigma Social Periferia" aborda tramas poéticas, de composições memorialísticas, mergulhadas no resgate das possibilidades afetivas no pluralismo da vida, revigorando a pobreza, a violação e a desigualdade social. Ele expõe lembranças de um ponto único, eterno, narrado mudança contínua de um estado para o outro.

Cada poema se localiza numa alternância sutil entre o real e o imaginário; num dinamismo que elege lugares de pertenças, adotando determinadas posturas, bem como estabelecem relações sociais amistosas. Destaca, por meio ficcional, certos percalços que a vida oferece; reconstrói sua infância, que se encanta com as coisas naturais do dia a dia: a escola, os amigos e até a própria dificuldade. Esta é constantemente superada por famílias da periferia da Zona Leste da cidade de Juiz de Fora. Essas instâncias são julgadas de maneira construtiva para os manos daquela quebrada.

As histórias são do guri na porta de templos sagrados; do transitar do vagabundo, tirando onda nos fins de semana; da mãe pátria que pariu e ao mesmo tempo partiu, da antologia do samba às lembranças caipiras.

Tudo construído pela semente da amizade, não de um jogo qualquer, mas da persistência profana do amor e da esperança, de fazer ecoar a voz de um pensador popular. De tal maneira, representa a massa social dos oprimidos, quebrando paradigmas; traz um olhar detalhado, que preconiza a verdadeira imagem da periferia, que, ainda invisível, mesmo sendo o chão de fábrica, constrói a base estrutural do nosso país.

Por esse fato, aqui estou, na caminhada, repaginando o mistério social; "laboratório periférico".