A viagem tem sido, desde sempre, uma forma de conhecimento, de diálogo e de mudança. Dai a tradição de a registar para memória e testemunho, em textos de grande espontaneidade, ou em verdadeiras peças literárias. Assim, ao longo da História, e reportando à literatura de viagens europeia, sobretudo a partir do século XV, em fase tradicional, os relatos de viagem são de tipo aventureiro, pelas dificuldades e perigos que abundavam, descrevendo peregrinações, descobertas, conquistas, comércio, em especial. Na fase seguinte, iniciada com o Turismo, no séc. XIX, em transportes rápidos, seguros (comboio, navio a motor, automóvel), a nova mentalidade criou novos textos descrevendo as viagens de lazer, de grandes reportagens, de descoberta de mundos exóticos, de reportagens de guerra, de turismo religioso. Com as novas tecnologias do vídeo, telemóvel, computador e seus relatos brevíssimos, carregados de imagens, se está a assistir a uma novíssima literatura? É desta evolução da literatura de viagens que se ocupa esta obra.