Resumidamente, a narrativa de “A Rainha do Ignoto” contém a história da sedução do doutor Edmundo, um jovem formado na Escola do Recife, por Funesta, um dos nomes pelo qual era conhecida uma mulher, figura meio lendária da Amazônia, que vivia em meio à mata e às grutas, liderando um grupo de mulheres, suas “paladinas”. A “Rainha do Ignoto”, como também era chamada, parece ter pacto com as fadas e com o demônio, e utiliza variadas formas de magias, assim como do hipnotismo e da parapsicologia, a fim de realizar as tarefas que se impõe: guerrear a injustiça, proteger o fraco contra o forte, entrar em cárceres para curar os enfermos, salvar vítimas de incêndios.
O livro torna-se mais interessante à medida que apresenta diálogos e cantigas em outras línguas, como o inglês, o francês e o português com sotaque de Portugal, e também quando se faz porta-voz do modo de falar de pessoas mais humildes, como os criados e os escravos, em comparação com a fala da burguesia ascendente. Doutor Edmundo disfarça-se de mulher para poder circular nos domínios da Rainha na tentativa de desvendar aquele mundo estranho e misterioso, que não é outro, ao fim e ao cabo, além do mundo feminino.