Recentemente, a personagem de Madalena protagonizou o best seller O código Da Vinci. E aqui temos outro candidato a arrasa-quarteirão: um romance no qual a paraibana Mercedes Cavalcanti, dita Pepita, resgata o diário de Hannah, filha de Madalena, apaixonada por Jesus e desejada pelo apóstolo João, para arrastar o leitor por trilhas de prazer e aventura.José Nêumanne
Chega às livrarias brasileiras, pelo selo A Girafa, o livro A Volúpia dos Anjos, de Mercedes Cavalcanti. O romance baseia-se no manuscrito de Hannah, que teria sido descoberto pela autora e traduzido do aramaico por um monge, Frei Gonçalo. Escritora, artista plástica e professora da UFPB, a paraibana cultiva, na literatura, o gênero do conto e do romance.Criando uma fantasia em que o tempo bíblico interage com o terceiro milênio, A Volúpia dos Anjos surpreende o leitor do começo ao fim, levando-o numa viagem pelo Fantástico, onde o estranhamento e a emoção o atingem em cheio, através do drama dos personagens. Numa linguagem artesanal, que harmoniza o metafórico ao metalinguístico, algumas passagens revelam um humor sutil, às vezes beirando ao crítico e corrosivo. Ao mesmo tempo, com lirismo e delicadeza, a construção deste romance revela um cuidado e vivacidade literária que são eloquentes e encantam a todos.Já no capítulo inicial, no qual a autora descreve a descoberta do manuscrito, o leitor se sentirá envolvido com a história que virá a seguir. “Devo a você, querido leitor, ou a você, amiga, um esclarecimento acerca do descobrimento do manuscrito de Hannah. A princípio, poderia dizer-se que foi totalmente casual. Mas não foi. Na verdade, ocorreram certos fatos um tanto esquisitos naquela minha viagem, que realmente pareciam prenunciar que algo extraordinário cruzaria meu caminho. Alguns eram apenas impressões, embora muito concretas, se é que posso assim dizer, na minh'alma. Outros, cem por cento palpáveis em nível espaço-temporal...”, instiga Mercedes.