Em Efêmera (selo Escrituras), Isabel Cintra Nepomuceno “permeia nos versos o eterno lirismo, com tal pureza, despojamento e vívida pulsação, em ritmo sonoro, que nos leva aos mistérios cósmicos, à magia, ao mesmo tempo que ao lado profundo da descoberta das mais silenciosas emoções”, como descreve Maria Helena Mageste, no texto de contracapa.Livro de estreia de Isabel Nepomuceno, Efêmera traz estampado em seus poemas, a árdua incursão pelos meandros de sua alma, um mergulho em pontos onde muitas vezes me pareceu difícil de tocar e de outras, emergindo como simples e deliciosas alegrias, poemas estes divididos em três momentos vinculados ao ciclo vital e, consequentemente, ao fugaz e ao impermanente. Ainda que transitando pelo mundo, que é cada vez mais mundo de aparências e fragilidades, os poemas transparecem profunda lucidez, diante das incertezas e duplicidades que se lhe apresentam.Nessa sondagem desfilam inúmeros papéis, onde cada poema vai cravando emoções, verso a verso, ora de forma quase ingênua, ora sonhadora e também de forma mais madura, às vezes crua demais. Isabel fecha o terceiro ciclo com um poema que, nos três primeiros versos, desenha a razão deste livro.A obra também conta com texto de orelhas de Rubens Jardim e prefácio de Raquel Naveira.