Livro No Estilo Jalisco.
Uma publicação que apresenta o futebol como ponto de partida. Juan é um mexicano que sai de Guadalajara quando chega à maioridade e aporta na cidade do Rio de Janeiro atrás da “redenção pelo sonho realizado”, que ele vislumbrou aos 7 anos quando a seleção canarinho da Copa de 70 encantou os amantes do futebol no gramado do Estádio Jalisco.
Agora, com mais de 50 anos e já quase carioca, ele acredita que finalmente seu sonho vai se realizar. Às vésperas da Copa do Mundo no Brasil ele tem a grande ideia de sua vida e vai fazer uma última aposta, jogar todas as suas fichas nesta ideia-sonho: montar aquele que ele considera o melhor time de todos os tempos para uma excursão aos gramados do interior do México.
Juan Pablo Villalobos aproveita para mostrar (e criticar) um pouco as engrenagens da sociedade mexicana, principalmente daquela sociedade arcaica das pequenas cidades, bem diferente dos grandes centros em qualquer lugar do planeta.
Juan chega para se reunir a Tochtli, de Festa no covil e Orestes, de Se vivêssemos em um lugar normal e nos mostra uma vez mais que o lugar comum não vale a pena.
A jogada do quarto e último gol do Brasil contra a Itália, na final da Copa do Mundo de 1970, pode ser tomada como emblema do futebol praticado por aquela seleção, considerada por muitos a maior da História. O talento dos craques e o rigor estético das tramas tecidas em campo pelo time tricampeão ajudaram a sedimentar e exportar —uma visão do Brasil. “Não tô falando só de futebol, tô falando dum espírito que transmitia aquela seleção, e não é a alegria do futebol brasileiro, não, tô falando duma promessa cumprida, dum sonho realizado", resume Juan.
Juan Pablo Villalobos parte do encanto com o escrete de 1970 para falar do Brasil e do México de hoje. “O futebol tinha sido inventado pra isso, pra ser jogado assim, só que até então isso era só um ideal, uma coisa em potencial, algo que poderia chegar a ser, em resumo: uma promessa”.