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Um caderno roubado de poesias de uma garota que ama garotas... Ousado e sincero, Oxe, baby é o primeiro livro de poesias de Elayne Baeta, autora de O amor não é óbvio.
“Arraste uma cadeira e, se der, me leia”. É assim – despretensiosa, em um convite silencioso mas urgente – que Elayne introduz o leitor a Oxe, baby, seu primeiro livro de poesia. E é também nesse mesmo ritmo que são conduzidas as próximas páginas, em que, entre metáforas com casulos, morcegos e borboletas, a autora conta um pouco de si e de suas experiências como uma menina que ama meninas.
Nascida e criada em Salvador, Elayne Baeta reuniu, ao longo de sua trajetória, alguns arranhões. Mas foram eles – doloridos – que a fizeram apurar seu senso crítico e firmar-se hoje como uma das vozes mais influentes da literatura jovem adulta LGBTQ+ no Brasil, desafiando o conservadorismo, a intolerância e o preconceito que ainda existem no país.
Multifacetada, indo além da escrita, Elayne dedica-se também a podcasts e trabalhos como ilustradora, além de ser uma figura popular nas redes sociais: no auge de seus vinte e poucos anos acumula no Instagram mais de 40 mil seguidores e, no Twitter, 35 mil. Já na literatura, Elayne Baeta faz o que lhe cabe, e concede a personagens e existências por vezes marginalizadas um novo caminho. Uma outra chance.
“como poderia eu / uma menina / segurar publicamente / a mão de outra menina / e sentir qualquer outra coisa / que não seja orgulho? / quanta coragem / é necessária / para ser mulher / e amar outras mulheres? não como se ama uma amiga / ou uma mãe / eu estou falando sobre afeto / estou falando sobre fúria / eu estou mandando um brinde aos beijos / que não damos escondido / estão todos contra nós / ouvirão falar de nós / como poderia eu, / lésbica, / sentir qualquer outra coisa que não orgulho?”
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