A busca de uma mãe por seu filho desaparecido chega ao fim. E agora ela precisa se reconstruir. O corajoso e emocionante Rebentar, de Rafael Gallo, foi vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura 2016 e ganha nova versão.
Rebentar conta a história de Ângela, uma mãe cujo filho desapareceu aos 5 anos de idade e jamais foi encontrado. Desde então, ela passa a viver em função da procura por Felipe: parou de trabalhar, juntou-se a instituições de busca por crianças desaparecidas, rompeu relações, não teve outros filhos e viveu um luto particular — “alguém que não é reencontrado nunca se perde em definitivo.” Mas, depois de trinta anos sem resultado, Ângela renuncia à busca, e a narrativa parte do momento em que sua decisão é anunciada. A protagonista, convivendo com os sentimentos de culpa, desamparo e dor causados por essa ausência que, agora, é definitiva, precisará desintegrar a própria casa, literal e metafórica, para reconstruí-la por dentro.
Publicado pela primeira vez em 2016, Rebentar ganha agora uma nova versão. Não se trata apenas de uma nova edição; nas palavras de Rafael Gallo, “este é um novo tratamento da história. O que faz dela, em algum grau, uma nova história”. Sensível e arrebatadora, a escrita de Rafael Gallo se reencontra consigo mesma para entregar desfecho e descanso definitivos à dolorosa trajetória de Ângela.
Para João Anzanello Carrascoza, que assina a orelha da nova versão: “A vida, como o mar e suas ondas, vaza das margens de Rebentar – bela e dolorida história que rebate, em nós, as águas da compaixão.”