Tatiana Nascimento, finalista do Jabuti de poesia de 2022, convoca a pensar outros futuros em sua estreia na prosa literária.
Quais histórias guardam as mulheres-tigres, as mulheres-tortas, as não-tão-mulheres-assim? Histórias sobre as entendidas; as humanas-baleias; aquelas que sabem acerca dos segredos dos múltiplos chás ou do peso onírico das prefecias.
Histórias de prospectar futuros, alguém diria.
Assim como as histórias de Tatiana Nascimento em três tigres tortas.
Aqui estão reuinidos cinco contos escritos ao longo das duas primeiras décadas do século 21. Nascidos do desejo y da ruína, movidos pelo desejo da ruína, há, nestes textos, sin duda, uma nova proposta de existir, de se relacionar y de se expressar. Instauram novos lugares para a imaginação de quem somos y de quem podemos ser. É ficção especulativa latina, preta, torta. Um livro que catapulta os anseios de hoje para algum lugar no amanhã.
A escritora e tradutora Natalia Borges Polesso, no prefácio deste volume, registra que “três tigres tortas, garras a tatear fundo, […] convoca ao exercício da ficção, do prognóstico, da cisma. Com uma linguagem ágil e escorregadia, entre trilhos descarrilhos pedra lisa e outras teorias, a contista nos lança em um mundo a aprender”. E, no posfácio, a poeta Raíssa Éris Grimm lembra: “existem livros que não são simplesmente histórias: são máquinas de teletransporte” – livros como este.