De 2014 a 2023, efetivamente com o apoio FAPESP (Bolsa no exterior), deu-se a investigação da representação documental do Café. A análise da experiência desse trabalho adotou critérios espaciais, territoriais e regionais aplicados à pesquisa de acervos. A partir do contexto histórico do Café, e da documentação coletada, destacamos a leitura documental arquivística, tomada como ferramenta operatória do conhecimento e da interpretação social do texto e da imagem. Pela via da origem africana, da comercialização euroasiática e sul-americana do produto cafeeiro, manejamos os conceitos de território, espaço e tempo, de base sociológica, histórica e da ciência da informação. Os métodos da extração de termos textuais nortearam a leitura documental e a análise crítica das sociedades envolvidas na história do Café. Ao longo desse tempo, os documentos interpretados através da história da produção do trabalho escravo e imigrante, foram reordenados a partir de anotações, produções, coletas de imagens fotográficas, desenhos e diagramas das linhas históricas, do comércio e consumo. As premissas interpretativas da pesquisa apontaram a relevância da aplicação do Método Quadripolar e da ênfase na compreensão do polo epistemológico. A sustentação ao estudo informacional simbólico, nas diversas sociedades marcadas pela economia capitalista da produção e no mercado do Café, comparativamente, caracterizou a análise textual quando reunidos os documentos para redimensionar os Corredores do Café. Foi preciso enlaçar os estudos da memória coletiva e a leitura dos documentos dos acervos das instituições brasileiras, italiana, turcas e portuguesas selecionadas e visitadas. As amplas significações sociais do Café, das diversas identidades imbricadas na modernidade, propulsoras da riqueza e da pobreza, são provenientes do trabalho servil e da exploração. Significações essas que, representadas nos livros didáticos, ainda são dimensionadas nas narrativas da heroificação dos agentes sociais na história do país. Enfim, a pesquisa derivou na proposta de produção de ferramentas transformadoras da educação e serão necessárias reflexões e ressignificações na construção das dimensões virtuais que possam objetivar os processos de criações críticas e vinculadas aos meios infocomunicacionais.