Sermões selecionados sobre Lucas 1 e 2
Os quatro Evangelhos dão testemunho da pessoa e da obra sobrenatural de Jesus Cristo, mas somente o primeiro e o terceiro testificam explicitamente de sua concepção e nascimento sobrenatural. Os relatos dados em Mateus e em Lucas são claramente independentes um do outro, mas ambos afirmam sem ambiguidade que Jesus nasceu da Virgem Maria, pela ação direta do Espírito Santo e sem a intervenção de um pai humano.
O evangelho de Lucas é notável por seus cânticos distintivos, visivelmente reminiscentes dos Salmos. O principal entre esses são o Cântico de Maria, o Magnificat; o Cântico de Zacarias, o Benedictus; o Cântico dos Anjos, o Gloria in excelsis; e o Cântico de Simeão, o Nunc dimittis. Juntos, eles têm nutrido a oração e a meditação de incontáveis cristãos e enriquecido o culto da igreja. Estão cheios de esperança profética, expectação ansiosa e ação de graças jubilosa. A grande obra redentora de Deus se move rumo ao seu clímax com o nascimento do Salvador, Jesus, o Filho do Altíssimo. “O Evangelho da encarnação”, escrito por Lucas, eram boas novas a todos os que, como os representantes do antigo Israel, aguardavam o primeiro advento do Messias; são boas novas a todos os que, hoje, aguardam o segundo.
Pregados em Genebra entre outubro de 1559 e março de 1560, os sermões de Calvino sobre a história da natividade são fruto de quase vinte e cinco anos de ministério evangélico. Vemos aqui Calvino, o fiel pastor, expondo o texto e aplicando-o com paixão e vigor a sua congregação por meio da persuasão, exortação, admoestação e repreensão. A excelente tradução de Valter Graciano Martins transporta o leitor de volta à Catedral de São Pedro, em Genebra, onde Calvino pode ser ouvido pregando sobre questões de importância perene para todos os cristãos.